A
tensão entre as diferenças de comportamentos na igreja resulta em problemas de
relacionamentos de uns para com outros e inclusive com a liderança. A questão
precisa ser administrada com sabedoria e muita paciência. Cristo ao contar a
parábola do trigo e o joio ensinou que devemos aprender conviver com estas
pessoas sob o risco de “colher o joio e arrancar também o trigo com ele” (Mt
13.29).
O
próprio Cristo precisou conviver com o joio durante seu ministério terreno. Por
aproximadamente três e ano meio Jesus suportou Judas. Cristo sempre soube que
Iscariotes era falso, ladrão e traidor (Jo 6.70; 12.6; 18.5), no entanto o
manteve como membro do colegiado apostólico. No final, Judas arrancou-se e
arrebentou-se sozinho (At 1.18). Acerca deste tipo de pessoas Paulo advertiu a
Timóteo: “Não irão,
porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario (...). Mas os
homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados”
(2Tm 3.9,13).
Uma das maiores dificuldades no ministério
pastoral é saber como apascentar, “administrar” e como manter “bom
relacionamento” com os crentes infiéis. Eles fazem parte da igreja. São membros
ou congregados identificados nas Escrituras como o joio do campo da parábola de
Jesus.
Na parábola, Cristo ensinou que a semente do
joio era resultado da falta de vigilância dos homens, sendo sutilmente
aproveitada pelo inimigo: “dormindo os homens, veio o seu inimigo, e semeou
joio no meio do trigo, e retirou-se” (Mt 13.25). Mais tarde, ao ser interrogado
em particular, acerca do significado da parábola, Jesus explicou aos
apóstolos: “... o joio são os filhos do maligno; o inimigo, que o semeou, é o
diabo” (Mt 13.38-39).
De acordo com o ensino de Jesus sempre haverá
joio em nosso meio. O número deles dependerá de nossa vigilância espiritual.
Uma igreja dormente é aquela que permite o joio germinar e multiplicar. O joio
se alastra quando é negligenciado o discipulado para os novos convertidos. O
joio se multiplica quando a igreja ignora o ensino da palavra de Deus. Quanto mais
a igreja dormir, mais joio e menos trigo no campo. Se dormir menos, o joio será
reduzido e o trigo aumentará. E ao se descobrir o joio em meio ao trigo deverá
prevalecer a orientação de Jesus: “Deixai crescer ambos juntos até à ceifa” (Mt
13.30).
Não cabe ao pastor arrancar o joio. Sua
função é amá-los. Amar com sinceridade, sem hipocrisia, com amor não fingido
(Rm 12.9). Não pode ignorar suas necessidades nem tampouco menosprezar sua
companhia. Agindo assim, é possível que um dia o joio seja transformado em
trigo: “Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível” (Mt
19.26).
Douglas Roberto de Almeida Baptista
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