sábado, 14 de setembro de 2013

O ATLETA CRISTÃO - A NECESSIDADE DE AUTODISCIPLINA



Por Douglas Roberto Baptista

“Não sabeis vós que os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis”

O apóstolo Paulo retira ilustrações das competições atléticas para falar da autodisciplina. Os moradores de Corinto eram familiarizados com essas atividades desportivas. Os jogos aconteciam na cidade quatro vezes por ano. Dentre outras modalidades, faziam parte das competições, corridas de cavalos, corridas de fundo, de carros com animais, lutas livres, disputas musicais e poéticas. Ao vencedor era conferida uma coroa de folhas de pinheiro.

Ao fazer uso da metáfora o apóstolo lembra o esforço dos atletas para alcançarem o prêmio. Os corredores nos estádios imprimiam velocidade até a exaustão para serem coroados (1Co 9.24). Os lutadores sujeitavam-se a um árduo e cansativo treinamento para receberem glória momentânea (1Co 9.25). Ambos os atletas tinham objetivos bem definidos. O corredor precisava ultrapassar a linha de chegada e o lutador tinha que vencer seu oponente (1Co 9.26). Paulo afirma que tais metas não podiam ser conquistadas sem o exercício do autocontrole, da disciplina constante e do treinamento diário (1Co 9.27).

Seguindo o modelo de ensino utilizado por Jesus, o apóstolo faz uso de comparações para extrair lições à vida espiritual. Neste caso, a grande lição é a necessidade de autodisciplina a fim de recebermos o prêmio da salvação eterna. Nas competições gregas, somente um atleta era premiado em cada modalidade. Na carreira espiritual, todo o atleta cristão que alcança a linha de chegada recebe seu galardão (Ap 2.10).

Diante desta verdade, exige-se do cristão todo o esforço para obter êxito na carreira espiritual. A ilustração paulina nos exorta a correr bem (1Co 9.24). Essas palavras indicam empenho e dedicação. Assim como um atleta necessita de disciplina, a conquista da vitória espiritual requer autocontrole e obediência as Escrituras. Durante a corrida não se admite, por exemplo, que o atleta pare antes da linha de chegada. Essa afirmação denota a importância da perseverança, persistência e vontade de vencer (Mt 10.22). Infelizmente, durante nossa corrida para os céus, encontramos alguns que desistem do objetivo. Abandonam a salvação por negligenciarem a disciplina cristã.

Por sua vez, os atletas gregos sujeitavam-se a uma severa disciplina. Era lhes exigido abster-se de certos alimentos como doces e até água fria. Por analogia, o atleta cristão deve abster-se de toda a aparência do mal (1Ts 5.22), fugir das paixões da mocidade (2Tm 2.22) e abrir mão de certas liberdades, pois embora tudo nos seja lícito nem tudo nos convêm (1Co 6.12). Os competidores treinavam diariamente por um período de dez meses. Sofriam diversas privações para conquistar uma coroa que iria murchar em poucos dias. Esse simbolismo indica que muito mais o atleta cristão deve dedicar- se para alcançar a incorruptível coroa de glória (1Co 9.25). A disciplina da oração incessante (1Ts 5.17), do jejum habitual (1Co 7.5), da leitura bíblica diária (Jo 5.39) e da vigilância constante (Mc 13.37) não podem ser negligenciadas por quem deseja ser galardoado.

Paulo assevera que nosso oponente é real (1Co 9.26). Ele se levanta contra tudo o que se chama Deus, ou se adora (2Ts 2.4). Mas é possível resistir-lhe com a autodisciplina e a armadura de Deus (Ef 6.11). O apóstolo demonstra preocupação com o perigo de ser reprovado e não alcançar o alvo (1Co 9.27). Por esta razão como atletas de Cristo rejeitamos os apetites carnais, os desejos pecaminosos e as tentações mundanas; e fixamos nossos olhos no alvo – Cristo Jesus – autor e consumador de nossa fé. (Hb 12.2).

Fonte
Ensinador Cristão, Número 56, Ano 14 / 2013, CPAD.
Formato: 20,5 x 27,5 cm / 52 páginas
Acabamento: Grampo
Periodicidade: Trimestral

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